O curioso neste LP é estar dividido em 2 partes. O Lado A intitula-se "Por Quem Sempre Combateu" e o B como "Quadras Populares". Para quem não estivesse a par da questão do Fado como parte da cultura portuguesa após a Revolução de Abril, o próprio José Manuel Osório assinava um texto introdutório que começa assim:
"Este disco surge numa altura em que muito se discute sobre a validade ou não validade do Fado. Na minha opinião as questões têm sido postas de maneira errada. Não é o Fado que deve ser posto em causa mas sim o que alguns fizeram dele.
Este disco longe de dar uma resposta definitiva aponta uma saída possível. Várias coisas haverá ainda a fazer. Não chega rever o fado ao nível do texto. Novas experiências musicais poderão e deverão ser tentadas. Este disco surge ainda depois de cinco anos de silêncio da minha parte.
Muito pressionado pela censura e pelas firmas por onde passei tornou-se-me impossível a dado momento gravar fosse o que fosse. O que não era cortado pela censura oficial era recusado pela "censura interna" das etiquetas gravadoras. Bom, mas o que lá vai, lá vai. Para este disco fui buscar músicas tradicionais, o que se chama "Fado Clássico". Os poemas são da responsabilidade de duas pessoas, dois amigos, dois camaradas. Francisco Viana e Manuel Correia..."
Participação musical nas guitarras de António Chainho / Arménio Melo e nas violas de Martinho d'Assunção / Vital d'Assunção e José Maria Nóbrega.
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